sexta-feira, 30 de setembro de 2011

A QUE SABE A POESIA?

POEMAS ESCRITOS PARA O DESAFIO «A QUE SABE A POESIA?» LANÇADO POR OCASIÃO DO 46.º ANIVERSÁRIO DA JUNTA DE FREGUESIA DE CASTANHEIRA DO RIBATEJO~DECLAMAÇÃO NO LOCAL (CASTANHEIRA) NO DIA 24 DE SETEMBRO DE 2011

GENTE VIVA – ATENEU ARTÍSTICO VILAFRANQUENSE

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O paladar e a minúcia

dos teus gestos

gentilmente cavalgam

o meu sonhar.

Sabor árduo de bronze,

saber-a-Poesia.

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Oiço a música que se estende

aos teus pés como uma estrada

de harmonia:

sob os teus olhos escondem-se as rugas do Tempo

e ao desvendá-las –só, infinitamente só –

conheço então, e apenas então,

a consistência exacta da Poesia

que como água se desfaz

no interior do meu ser,

deixando um rasto de nada atrás de si.

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Breve é a textura de sonho

que se desvanece por entre os teus lábios.

Desse único beijo guardo memória

e em tardes de angústia a persigo,

intitulando a declinação do meu esforço

de «Poesia».

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Breve

I

Nos meus dedos repousa

o peso dos sonhos do mundo.

E infantilmente creio que é este adejar

de felicidade e terror

o verdadeiro sabor

de Poesia.

II

Nua navego, sempre só tremulando

em contraste com a efémera escuridão

das coisas.

E morro, também.

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A que sabe a Poesia?

Ao movimento circular de uns pezitos

num berço pequenino…

Ao cirandar de fadas e duendes

por entre os risos do menino…

À chama do teu olhar

e à sabedoria de conhecer

o momento perfeito de cada respirar.


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